O Governo do Estado está avaliando a manutenção do
aumento de 2 pontos percentuais na alíquota de ICMS para o ano de 2024, embora
a lei aprovada pela Assembleia Legislativa (ALRN) no final do ano passado tenha
previsto que o reajuste percentual se estenda apenas até dezembro de 2023.
A informação foi dada pelo secretário de Estado da
Fazenda do RN, Carlos Eduardo Xavier, nesta terça-feira (29). Segundo ele, nos
últimos meses o Estado tem perdido receitas provenientes do Fundo de
Participação dos Estados (FPE), razão pela qual o governo avalia manter o
reajuste do imposto para o próximo ano.
“Infelizmente, a gente está tendo uma perda de FPE que
nos tirou o que a gente projetou para esse segundo semestre e aí eu
particularmente entendo que a manutenção da alíquota para o ano que vem é algo
que deve ser, sim, avaliada. A governadora não tomou essa decisão ainda, mas é
algo a ser considerado, ainda mais nesse contexto”, disse o secretário em
entrevista à 96 FM nesta terça-feira.
Em julho passado, por exemplo, o Estado recebeu nominalmente
R$ 404 milhões referente ao FPE, o que representou uma queda de aproximadamente
R$ 42 milhões em relação ao mesmo mês do ano passado. Isso significa um recuo
de 9,4% nas receitas.
Na comparação de maio deste ano com o mesmo período do
ano passado a queda no FPE foi ainda pior: 31,5% a menos, ou seja, um desfalque
de R$ 186 milhões nos cofres do Estado.
Conforme o projeto aprovado pela Assembleia no fim do ano
passado, o aumento do ICMS de 18% para 20% fica válido até dezembro de 2023.
Na época, o governo alegou que o reajuste era necessário
para reequilibrar as contas do Estado, afetadas principalmente pela queda das
receitas após a aprovação, pelo Congresso, de uma lei que limitou a cobrança do
ICMS de combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
O secretário coloca ainda que de janeiro a julho deste
ano a folha salarial do governo cresceu mais de 30%, o que representou cerca de
R$ 170 milhões a mais que o Estado teve que desembolsar para pagar os
servidores.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, de cada R$
100 de receita ordinária que entra nos cofres estaduais, R$ 56 é destinado ao
pagamento dos servidores, isso sem contar com os recursos destinados aos
terceirizados. Apesar da situação, o secretário garantiu que os salários dos
funcionários estaduais estão garantidos.
“É a maior bandeira da governadora Fátima, desde 2019 a
gente tem honrado com o pagamento dos servidores, inclusive pagando quatro
folhas atrasadas, então não há risco de atraso de salários para os servidores
públicos estaduais, inclusive no que se refere ao 13º”, garantiu Xavier.
Ainda de acordo com o secretário, o governo estadual
prevê conseguir um empréstimo de R$ 1,6 bilhão junto ao governo federal. Do
total, cerca de R$ 400 milhões são esperados ainda para 2023. A prioridade de
uso desse recurso, segundo Carlos Eduardo, será na recuperação das rodovias
estaduais.
“Claro que a gente vai tentar, com esses recursos, também
dar uma amenizada na situação dos fornecedores, que aqui eu reconheço
publicamente que a gente tem um problema sério com relação aos nossos
fornecedores”, acrescentou o chefe da Fazenda.
98FM
0 comentários:
Postar um comentário