Os servidores estaduais da Polícia Civil e da administração
direta foram os que tiveram maiores perdas salariais em cinco anos da gestão
Fátima Bezerra (PT). Os números compilados pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que, além de delegados,
agentes e escrivães da Polícia Civil, servidores da administração direta, como
porteiros, auxiliares, motoristas e zeladores, tiveram percentuais de reajuste
abaixo da inflação acumulada para o período de janeiro de 2019 a maio de 2023.
Neste intervalo, os delegados tiveram uma reposição de 9,52% nas remunerações, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 32,15% no período, o que, nas contas do Dieese, significa uma perda salarial de 22,64%. Utilizando a mesma lógica, as planilhas do departamento sindical mostram ainda que os servidores da administração direta acumulam uma perda de 14,92%, enquanto os agentes e escrivães da Polícia Civil do Rio Grande do Norte registraram uma defasagem de 13,11%.
O presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil (Adepol), Fábio Rogério Silva, diz que os números refletem a perda do poder de compra da categoria. “Em virtude do período, nós tivemos uma defasagem muito grande por causa da inflação”, aponta. Segundo ele, os delegados irão se reunir com representantes do Estado no próximo dia 31 de agosto para discutir o assunto. “Não é nem aumento, é apenas repor o que foi perdido durante esse tempo. Neste momento, a gente só vai ter mais informações quando tivermos essa reunião”, completou.
Já a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado (Sinsp/RN), Janeayre Souto, fez duras críticas ao Governo do Estado. A representante dos servidores da administração direta disse que a gestão beneficia os servidores que ganham mais e prejudica os trabalhadores com menores salários. Na avaliação da sindicalista, embora a perda salarial de 14,92% seja menor do que a dos delegados, o impacto acaba sendo maior devido ao perfil dos servidores da administração direta.
“São
merendeiras, vigias, motoristas, auxiliares de serviços gerais, e servidores de
secretarias com baixos salários e sem reajuste em suas remunerações. São
pessoas que sobrevivem de salário mínimo”, denuncia. Ainda de acordo com
Janeayre, a gestão estadual é “excelente para quem ganha muito”. “Infelizmente
é a nossa realidade hoje, o governo Fátima tem sido muito bom para quem ganha
muito e péssimo para quem ganha pouco”, diz a presidente do sindicato.
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