O general Gonçalves Dias, vulgo “G. Dias”,
ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do atual
governo, é o primeiro da lista de indiciados da CPI do MST.
O indicamento do chamado “general do Lula” está na minuta
do relatório final da CPI do MST, ao qual o Diário do Poder teve
acesso. Esse texto foi compartilhado com alguns membros da comissão.
A CPI concluiu que G. Dias mentiu ao afirmar não haver
recebido os relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada
ao GSI, que ele chefiava. Os relatórios advertiam para iminente crescimento de
invasões de terras no país.
Além das respostas do general conflitarem com a natureza
do cargo que ocupava na gestão petista, os ministros da Agricultura, Carlos
Favaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, desmentiram as
declarações do ex-ministro do GSI.
“Mesmo podendo manter-se calado, por força da decisão do
Supremo Tribunal Federal que lhe foi concedida, o depoente optou por mentir sob
juramento de dizer a verdade à CPI, e como tal deve ser requerido o seu
indiciamento por crime de falso testemunho”, diz o documento.
Como adiantado pelo Diário do Poder, as
investigações concluíram que o deputado Valmir Assunção (PT-BA) é o maior
beneficiado pela ‘indústria de invasões de terras’ no estado da Bahia. Segundo
o relatório, o deputado é mantenedor de um esquema que perpetua poderio
econômico e político.
Junto a Assunção devem ser indiciados seus
assessores Lucineia Durans Rosário e Oronildo Loures da Costa, também: Welton
Pires e Paulo Cézar Assunção, identificados como líderes do MST no extremo sul
do estado baiano.
No estado de Alagoas, o Instituto de Terras e Reformas
Agrária (Iteral) tornou-se objeto de indiciamento.
“Ficou comprovado, documentalmente, pelas cópias de
contratos, notas de empenho e ordens de pagamento, que aquele instituto, ao
menos durante os últimos 5 anos, vem custeando, com dinheiro público, a
subsistência das facções sem-terra FNL e MST no Estado”.
Denunciada por depoente, a líder de um dos acampamentos
do MST no estado, Debora Nunes, terá indiciamento criminal, acusada de
apropriação indébita, castigos físicos e ameaças aos acampados.
As ações que se tornaram objeto de indiciamento,
envolvendo o líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha, permeiam sua
influência sobre o INCRA e a manipulação das listas de assentados e acampados
repassadas ao órgão. Mas o relatório também levou em conta os crimes de
invasão e extorsão denunciados pelo secretário de Segurança Pública de São
Paulo, capitão Derrite.
Ao fechar questão sobre o indiciamento de Rainha, a
Comissão destacou que o depoente assumiu emitir ‘nota produtora’ para
imposto de renda em nome de outra pessoa, sendo enquadrado nos crimes de falsidade
ideológica, falsa informação ao Fisco e sonegação.
O relatório também destaca que Diolinda Alves de Souza,
ex-esposa de José Rainha, condenada por formação de quadrilha, está lotada no
gabinete da deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP).
Para a Comissão, Diolinda dá suporte aos crimes
cometidos por Rainha enquanto usufrui dos benefícios do cargo de assessora
parlamentar. As investigações denotam estreito vínculos entre ações facciosas,
como extorsão e ameaças a fazendeiros, no Pontal do Paranapanema e o mandato da
psolista.
A apuração se debruçou sobre a relação da deputada com
José Rainha, definida como “claro exemplo de lideranças que, com o fito de
obter vantagens políticas e financeiras, manipulam os mais humildes”.
O relatório final da CPI aponta para cooperação do
governo Lula com o que chamou de ‘clientelismo’ e ‘torneira aberta’ para as
ações criminosas cometidas pelo MST.
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