O retorno do Rio Grande do Norte ao limite legal da Lei de
Responsabilidade Fiscal só deverá ocorrer na próxima década, segundo previsão
da Secretaria de Administração do Estado. A expectativa é que o RN chegue a 49%
de gastos com pessoal somente em 2031. No entanto, para se chegar a esses
patamares daqui a oito anos, uma série de medidas precisarão ser adotadas. O
Rio Grande do Norte tem descumprido o limite de gastos com folha de pagamento
há quase dez anos. É o que aponta levantamento feito pela TRIBUNA DO NORTE a
partir dos demonstrativos fiscais publicados pelo Governo do Estado e de dados
do portal Tesouro Nacional Transparente, vinculado à Secretaria de Tesouro
Nacional (STN).
Atualmente, no 1º quadrimestre de 2023, o Estado comprometeu 56,68% de despesas com o pessoal, uma quantia de cerca de R$ 8,1 bilhões, quando o percentual estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) é de 49% para o limite máximo (R$ 7.073 bilhões) e de 46,55% (R$ 6,7 bilhões) para o limite prudencial.
A Lei Complementar 178/2021 estabelece que cada unidade federativa acima dos limites da LRF “deverá eliminar o excesso à razão de, pelo menos, 10% (dez por cento) a cada exercício a partir de 2023, de forma a se enquadrar no respectivo limite até o término do exercício de 2032”. A adesão ao Programa de Equilíbrio Fiscal (PEF) que o Estado quer fazer para buscar R$ 1,6 bilhão com a União também está condicionado a esses cumprimentos.
“A condição
é, anualmente, a partir da medição de 2023, que o Estado diminua seus
comprometimentos na proporção de 10% ao ano até 2032. Nosso compromisso com o
TCE (Tribunal de Contas do Estado) é de cumprirmos a lei 178, controlando o
crescimento dos gastos por meio de negociações que se reflitam em PLs à
Assembleia Legislativa. Precisaremos de uma perfeita sintonia da Assembleia com
o Executivo porque na hora que fazemos essas negociações, que são difíceis e
demoradas, fazemos sob medida para que não exploda. Não pode acontecer de
chegar na assembleia e sejam feitas concessões sem medição de impactos
financeiros porque refletirão depois, como aconteceu em 2010 com cinco projetos
encaminhados e depois saindo 40 projetos aprovados”, explica o secretário
estadual de Administração, Pedro Lopes.
0 comentários:
Postar um comentário