A votação do projeto que visa manter a alíquota modal do
ICMS no Rio Grande do Norte em 20% segue como um dos principais temas na classe
política do estado. Depois da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte
(Femurn) se posicionar favorável à matéria, mesmo que defendendo aumento temporário, a expectativa
era se deputados de oposição que são filhos de prefeitos defenderiam a matéria.
Porém, tanto Taveira Júnior (União Brasil) quanto Adjuto Dias (MDB) mantiveram
posicionamento contrário à proposta do Governo do Estado.
O pai do deputado Adjuto Dias, o prefeito de Natal Álvaro Dias, manifestou-se favoravelmente à manutenção do ICMS em 20% alegando a possibilidade de problemas financeiros aos municípios com a queda na arrecadação do tributo. Contudo, apesar do posicionamento do prefeito, o deputado Adjuto Dias mantém o posicionamento de rejeitar a matéria e garantir o retorno da alíquota modal para 18%, a partir de 1º de janeiro de 2024.
Em pronunciamento na quinta-feira (19), Adjuto Dias
disse, no plenário da Assembleia, que era contra a proposta do Governo do
Estado. “Não é surpresa para mim que o Governo esteja querendo esse aumento por
tempo indeterminado”, disse Adjuto. Nesta segunda-feira (23), a reportagem da
Tribuna do Norte entrou em contato com a assessoria do parlamentar e foi
confirmado que o posicionamento de Adjuto Dias seguiria o mesmo.
De acordo com Adjuto Dias, “a resolução dos problemas dos
municípios não passa necessariamente pelo aumento de impostos, mas por uma
reforma tributária que reduza as distorções tributárias e aumente a
participação desses municípios na repartição das receitas dos tributos, que
hoje concentra 70% na União. A população não pode ser penalizada para resolver
um problema que não deu causa”, ressaltou.
Adjuto Dias frisou que o governo estadual tem atrasado o
repasse constitucional de verbas da saúde ao município de Natal, apesar do
aumento da alíquota do ICMS, não ter alterado essa situação. Ele enfatizou a
necessidade de um monitoramento mais rigoroso do repasse do ICMS e da cobrança
efetiva das prefeituras ao governo para garantir o repasse adequado.
“Se a alíquota for mantida, haverá um efetivo aumento de
impostos no RN, o que afeta o preço de produtos ao consumidor final, e
considerando que nesse momento o endividamento das famílias é alto, isso pode
impactar negativamente a atividade econômica, não trazendo os benefícios de
arrecadação esperados”, concluiu.
O deputado Taveira Júnior, filho do prefeito de
Parnamirim, Rosano Taveira, também disse que o posicionamento é contrário à
manutenção do ICMS em 20%. Para ele, é preciso que outras ações sejam tomadas
para equilibrar as finanças, mas sem penalizar a população.
“É uma notícia que nos desagrada. O aumento de impostos é
remédio amargo, ainda mais se for desacompanhado de um plano de reestruturação
da gestão com vistas a garantir eficiência dos gastos públicos. Vamos dialogar
com o secretário da Fazenda e propor, por exemplo, um conjunto de medidas de
incentivo fiscal que possam compensar a carga tributária e garantir a
manutenção dos empregos e competitividade para a nossa economia”, disse o
deputado, que confirmou que será contrário à manutenção do imposto em 20% para
2024. O prefeito Rosano Taveira, porém, ainda não se posicionou publicamente
sobre a matéria.
Tribuna do Norte
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