O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), demonstrou
preocupação com o nível de atividade econômica no Brasil e disse que sua pasta
tem mantido diálogo constante com o Banco Central, para que os juros não
impactem o crescimento do país.
“Estamos preocupados com o
nível de atividade, sobretudo no terceiro trimestre, sabendo que a inflação
está convergindo para a meta no tempo, como no mundo inteiro”, disse Haddad no
gabinete do Ministério da Fazenda em São Paulo.
Em conversa com jornalistas
nesta sexta-feira (20), Haddad pediu cautela para que a perseguição da meta da
inflação não se sobreponha à atividade econômica.
“Ninguém está buscando a meta
de 2%, nos Estados Unidos ou na Europa, liquidando com a economia real. As
pessoas estão comprometidas com a meta sabendo que tem uma arte nessa condução
para produzir os melhores resultados”, disse.
Segundo o ministro, a Fazenda
tem demonstrado preocupação com esse ponto desde o início do ano, e reforçou
que vem pedindo a conciliação da política fiscal com a monetária.
As declarações foram feitas um
dia depois de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmar que ainda
há preocupações em relação ao equilíbrio das contas públicas pelo governo Lula.
Segundo Campos Neto, sem um equilíbrio fiscal, a queda dos juros fica mais
difícil.
“É muito difícil cortar
gastos, entendemos isso, mas precisamos endereçar esse problema com
credibilidade. Mesmo que ele [arcabouço] não tenha o resultado de curto prazo,
se os agentes financeiros não entenderem que existe um plano bom de convergir a
dívida para um nível mais razoável na frente, teremos problema de juros altos”,
disse Campos Neto na quinta (19).
Haddad afirmou que o Brasil
deve terminar o ano com crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de
3%, mas disse que é preciso ver como será o crescimento na margem, porque é
isso que irá projetar o desempenho da economia no futuro.
Ele se disse confortável com
as revisões baixistas das projeções da inflação por parte do mercado,
especialmente depois que a Petrobras anunciou corte do preço da gasolina para
as distribuidoras na última quinta-feira (19).
Folha de São Paulo
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