As imagens que surgem do Hospital Walfredo Gurgel, em
Natal, podem se comparar com os hospitais de Jerusalém, de Tel Avivi ou na
cidade de Gaza, que estão sendo alvo de bombardeios de Israel em conflito com o
Hamas. No entanto, este cenário caótico não se passa em uma zona de guerra, mas
sim no maior hospital do estado. Essa é a crise contínua do sistema de saúde
pública potiguar.
Neste final de semana, segundo denúncia do Sindsaúde RN,
o Hospital Walfredo Gurgel se deparou mais uma vez com uma situação de caos que
persiste até esta segunda-feira (9). Denúncias apontam para uma realidade
preocupante: na sala de recuperação, 22 pacientes aguardam atendimento,
enquanto 3 salas de cirurgia estão ocupadas por pacientes que,
desesperadamente, necessitam de leitos de UTI, mas estão confinados nelas
devido à falta de vagas adequadas.
O setor de politrauma, destinado a atendimentos de
urgência, também se encontra completamente lotado. Corredores repletos de
pacientes, com macas baixas no chão, abrigam idosos, incluindo pessoas com 101,
89 e 82 anos de idade. Internações irregulares também foram identificadas na
sala de recuperação pós cirurgia (CRO).
A realidade que o Hospital Walfredo Gurgel enfrenta não é
única no Rio Grande do Norte. Se comparássemos o sistema de saúde pública do
estado a um cenário de guerra, hoje, ele se assemelharia à Faixa de Gaza. Os
potiguares vivenciam um "terrorismo" que se manifesta na falta de
acesso a cuidados médicos adequados, sobrecarga das equipes de saúde e falta de
recursos para atender às necessidades da população.
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