O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH) do Rio
Grande do Norte aprovou por unanimidade a regulamentação da cobrança sobre a
água bruta, instituída pela Lei 6.908/1996, que será publicada por meio de
Decreto pelo Governo do Estado. De acordo com a proposta, a taxação será
aplicada de maneira gradativa a partir de 2024, com valores iniciais que variam
de R$ 5 a R$ 50 por 1000 m³ de água, até chegarem aos preços finais em
2035. Ao todo, dez setores produtivos estão isentos da cobrança. Os setores da
agropecuária, por sua vez, começam a pagar apenas em 2025.
O titular da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh),
Paulo Varella, afirma que a aprovação é fruto de uma articulação que durou
meses, junto ao setor produtivo, incluindo a Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado (Faern) e a Federação das Indústrias do Estado (Fiern), na
qual foram discutidas propostas de cobrança em cada setor até se alcançar o
pacto social. “A tabela é progressiva, varia por setor e começa a entrar em
vigor a partir do próximo ano, quando será iniciado o monitoramento dos valores
a serem efetivamente desembolsados em 2025. Tem muitos setores que estão
isentos e não começam ano que vem”, complementa.
Segundo a tabela aprovada em reunião extraordinária
realizada no último dia 17 de novembro, no auditório da Semarh, estão
totalmente isentos da cobrança os seguintes setores: água para consumo humano,
agricultura familiar, agricultura irrigada (maior que 10h e com salinidade
superior a 0,5%), piscicultura tanque escavado/elevado de até 15ha, com
salinidade superior a 0,5%, ou maior que 15ha e com salinidade igual ou
inferior a 0,5%. Além destes, integram o conjunto o setor de piscicultura com
até até 500 m³ de gaiola, carcinicultura com até 10ha ou salinidade superior a
0,5%, agroindústria familiar ou com salinidade superior a 0,5%.
Entre os que já começam a pagar pela água bruta em 2024,
por sua vez, estão o setor de abastecimento público, com taxa de R$ 5 por 1000
m³/água, o de petróleo e geração de energia, com R$ 50 por 1000 m³ /água, e o
de mineração que vai pagar R$ 40 pelo uso do recurso. Já os setores de
agricultura, piscicultura (tanque rede e tanque escavado) e carcinicultura, que
não apresentam as especificidades para receberem a isenção, começam a pagar
pela água bruta a partir de 2025. As taxas vão iniciar com R$ 0,50 e
chegar a R$ 3 por 1000 m³ /água em 2035.
Outros segmentos como alimentos e bebidas, vestuário,
têxtil e minerais não metálicos só começam a pagar pelo uso da água bruta em
2026. De acordo com Paulo Varella, o texto da regulamentação seguiu para
publicação no Diário Oficial do Estado, mas ainda não há uma data específica
para a publicação do decreto.
Números:
Cobrança a partir de 2024 (1000 m³ de água):
- Abastecimento público: R$ 5
- Petróleo: R$ 50
- Geração de energia: R$ 50
- Mineração: R$ 40
Cobrança a partir de 2025 (1000 m³ de água):
- Agricultura – R$ 0,50
- Carcinicultura – R$ 0,50
- Piscicultura – R$ 0,50
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