Deputados de oposição não dão trégua ao
governo em relação às criticas sobre o projeto de aumento da alíquota de ICMS,
agora em tramitação na Comissão de Finanças e Fiscalização da Assembleia
Legislativa. O deputado José Dias (PSDB) afirma que falará “toda fez que for
possível” a respeito “dessa tentativa absurda” do governo de aumentar impostos
de 18% para 20% de 2024 em diante: “Os argumentos do governo são absolutamente
inconsistentes e são trocados a cada momento, como quem troca de camisa”.
José Dias cita, por exemplo, que uma das alegações é que
sem a aprovação do reajuste do ICMS, pode terminar atrasando o pagamento do 13º
salário de 2023 do funcionalismo público, “quando se trata de 2024, não tem
nenhuma lógica”. Depois, afirmou Dias, o governo “passa outro dia” alegando que
se trata do futuro da arrecadação do Rio Grande do Norte. “Segundo argumento
deles é que com a reforma tributária nacional, será prejudicado se não fizermos
esse aumento de ICMS”. “Toda hora é um argumento novo”, insistiu o deputado
José Dias, arguindo que, na realidade, “temos a convicção de que o aumento
dessa alíquota, além de prejudicar “violentamente” a população, que paga
imposto, não vai impactar positivamente na arrecadação”.
Dias acredita que, pelo contrário, sem aumento da
alíquota, "há possibilidade maior do crescimento da arrecadação”, da mesma forma
que critica a ineficiência dos gastos públicos na prestação de serviços
básicos, nas áreas de saúde, educação e segurança. “O mais grave, o Estado está
na ilegalidade, porque gasta mais com despesa de pessoal do que a lei permite”,
disse o deputado, além de exemplificar que recentemente fez um acordo judicial
com a categoria dos professores para pagar atrasados em dois ou três anos: “Não
sei porque fazem um acordo desse, deve ser uma diferença enorme de
comportamento, o PT pode atrasar, ninguém pode, e ainda diz que está em dia”.
O Deputado Luiz Eduardo(SDD), ressaltou que o Congresso Nacional aprovou, recentemente, uma compensação financeira de R$ 15 bilhões para repor perdas de receitas de estados e municípios em 2022 e que o Rio Grande do Norte receberá uma fatia desse montante. Do total, R$ 8,7 bilhões vão cobrir perdas de arrecadação do ICMS. Os R$ 6,3 bilhões restantes compensam a redução nas transferências aos Fundos de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM) em 2023.
O deputado Luiz Eduardo reforçou que a lei prevê o repasse para compensar as perdas com o ICMS (LC 201/2023), sancionada em outubro, a União deve repassar até o final do ano R$ 267 milhões somente para o Estado, enquanto R$ 106 milhões para serem divididos entre os 167 municípios do RN.
“Não há mais necessidade de aumentar o ICMS em 2% (de 18%
para 20%), isso é prejudicial para a cadeia produtiva do Estado”, disse o
parlamentar do Solidariedade: “Quero deixar claro para Natal, para o comércio do
Alecrim, da Pompeia, de todas as zonas administrativas da cidade, que não há
mais condições de assumir essa carga tributária, isso é acabar com o comércio,
por isso reafirmo que votarei contra aumento do ICMS”.
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