A Secretaria de Estado da Administração (Sead) anunciou
na tarde desta quinta-feira (9) que suspendeu as negociações sobre
recomposições, assim como as tratativas para a realização de concursos, em
razão da incerteza quanto às finanças do Estado.
Em ofício assinado pelo secretário Pedro Lopes, a Sead
convidou representações de classes dos servidores estaduais para que
apresentassem informes sobre a recomposição salarial. Outro ponto, é a respeito
do encaminhamento sobre tratativas com o Ministério Público de Contas visando
elaborar um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), para realizar o concurso
público amplo para os órgãos estaduais.
Na reunião, a Sead informou aos presentes que, para
manter as tratativas e dar andamento aos acordos, é preciso manter a alíquota
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 20%, para que
as receias do estado não sejam frustradas, o que comprometeria os investimentos
e possibilidades de recomposição salarial.
“Recebemos o convite dessa reunião com positividade, com
a esperança de que seria anunciada a nossa recomposição, mas o que nos trouxe
foi frustração ao ouvirmos que depende da aprovação do ICMS na Assembleia.
Exigimos e cobramos nossa recomposição e concurso já”, disse Janeayre Souto,
Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Direta (Sinsp/RN).
A realização de concursos públicos é motivo de cobrança
por parte das representações. Que apontam excesso na quantidade de
servidores terceirizados, cargos comissionados e bolsistas na estrutura do
Governo do Estado.
Segundo Pedro Lopes, o estado manteve uma conversa aberta
com as representações sobre o assunto. “É necessário que tenhamos receitas.
Durante todo o exercício de 2023 dialogamos com sindicatos e associações, desde
o início do ano já havíamos anunciado que não poderíamos dar qualquer reajuste
esse ano pela perda de receita”, afirmou Pedro.
“Sinalizamos para todas essas entidades que, a partir de
2024, faríamos uma política de recomposição salarial anualmente. Contudo, para
isso precisamos ter as finanças do estado estabilizadas”, completou o
secretário.
Para Bruno Vital, coordenador-geral do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública (Sinte-RN), o anúncio significa falta de
perspectiva aos servidores “O que foi anunciado afeta diretamente os funcionários
da educação. O estado diz que não tem proposta para apresentar. Por outro lado,
esses servidores têm histórico de congelamento salarial”, disse.
O Governo do Rio Grande do Norte enviou, no dia 18
de outubro, um projeto à Assembleia Legislativa para manter alíquota de 20% no
ICMS por tempo indeterminado. O projeto que está em vigor prevê validade até 31
de dezembro deste ano. Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz),
objetivo é evitar perdas significativas de arrecadação.
g1-RN
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