O secretário de
Fazenda do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo Xavier, intensificou a ofensiva
pela aprovação do projeto de lei que mantém em 20% a alíquota-modal do ICMS.
Após classificar
como “falacioso” um relatório produzido pela Fecomércio sobre a proposta, o
secretário agora fez chegar a empresários a informação de que o Governo do
Estado precisará rever incentivos fiscais caso não consiga manter a arrecadação
própria no próximo ano.
O corte em
incentivos fiscais é enxergado como uma alternativa do governo para atenuar uma
perda que pode chegar a R$ 700 milhões por ano caso o projeto não seja aprovado
pela Assembleia Legislativa. Desse total, R$ 175 milhões seriam perdidos pelas
prefeituras, já que 25% do que é recolhido de ICMS pertence aos municípios.
“É uma
possibilidade a ser avaliada sim. Inclusive, é algo que está acontecendo em
outros estados”, afirma Carlos Eduardo Xavier, que está em Brasília para uma
agenda do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz).
Pela lei atual,
aprovada no fim do ano passado e que entrou em vigor em 1º de abril deste ano,
o reajuste do ICMS de 18% para 20% só está válido até 31 de dezembro de 2023.
Caso não seja aprovado um projeto para prorrogar o reajuste, a alíquota retorna
para 18% em 2024.
Estados vizinhos
já aprovaram aumento do imposto para 2024. No Ceará e na Paraíba, a taxa é de
20%. Em Pernambuco, é de 20,5%.
Vários setores
da economia têm desconto de ICMS e outros impostos no Rio Grande do Norte
atualmente. O corte da maioria desses incentivos não depende de aprovação da
Assembleia Legislativa, já que foram concedidos através de decretos da
governadora Fátima Bezerra (PT).
O turismo é um
dos principais beneficiados com a desoneração de impostos. Atualmente, a
alíquota de ICMS é de apenas 5% para combustível de aviação e de 12% sobre a
energia elétrica consumida por hotéis. Além disso, bares e restaurantes pagam
apenas 4%.
Já o comércio
atacadista de medicamentos paga entre 6,1% e 8%. A pesca e a criação de camarão
e lagosta pagam de 1% a 1,8%. Também há incentivo para empresas de ônibus e
embarcações pesqueiras, que têm isenção de ICMS sobre compra de óleo diesel.
Além disso, há
ainda descontos fiscais para a indústria, através do Proedi, com alíquotas que
variam de 0,6% a 3%. O segmento de confecções de bonés, redes e artigos têm
ICMS de 1%. O setor salineiro, por sua vez, tem redução para 6%.
Já a cesta
básica tem alíquota reduzida de 7% para itens como feijão, arroz, café, flocos
de milho, óleo de soja, pão, margarina e frango. Provedores de internet redução
da carga para alíquotas que variam de 5% a 15%.
No caso do IPVA,
há isenção para a compra de veículos por taxistas, bugueiros e pessoas com
deficiência.
Portal 98FM.
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