Para o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), a
Reforma Tributária, em tramitação no Senado, tem potencial para transformar o
sistema de arrecadação do Brasil, de ‘manicômio tributário’ para ‘inferno tributário’. Em
entrevista ao Diário do Poder,
o parlamentar detalhou os pontos que considera problemáticos.
O maior Imposto sobre Valor Agregado do mundo, o peso
tributário sobre estados e municípios, o conflito de transição de um sistema
para o outro e a constituição de um Comitê Gestor são gargalos apontados pelo
parlamentar.
Sobre a instituição do IVA em um percentual de 32%,
Guimarães afirma: “Nosso IVA está confuso, está
atrapalhado, vai onerar setores que não deveriam ser onerados, e vai gerar uma
confusão muito grande. Esse é um primeiro ponto pelo qual estou cheio de
dúvidas sobre essa Reforma e talvez até vote contra”.
E completou sobre a transição de sistemas tributários no
país: “Se nós convivíamos com um manicômio
tributário, agora será um inferno tributário”.
Ele explica, segundo a proposta analisada, que o atual regimento
fiscal ‘conviverá’, por dez anos, com
o estabelecimento das novas regras, impondo aos empresários uma transição de
regime que, no fim das contas, vai dobrar o número de tributos recolhidos, por
meio da submissão, simultânea, ao antigo e ao atual sistema tributário.
Difícil de entender? Pois é, pelo visto, para os
parlamentares também. Perguntado sobre como se daria funcionalidade dessa
transição, o senador ironizou: “Eu também não entendo. Se eu
soubesse talvez eu votasse a favor dessa reforma. Estão teorizando sem nenhuma
responsabilidade com a aplicação dessas normas”.
Guimarães afirma que a Reforma em debate conta com
financiamento “não só da indústria. O
governo tem um grande interesse nessa reforma. O governo espera aumentar a
arrecadação. Não ouvi, nenhuma vez, o governo falando em cortar despesas, mas
já ouvi umas dez iniciativas para aumentar receitas. Há uma busca constante”.
Diário do Poder
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