O plenário do Senado aprovou, em dois turnos, nesta
quarta-feira, 8, o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, por 53
votos a 24. Mesmo após a aprovação, o projeto relatado pelo senador Eduardo
Braga (MDB-AM) retornará para uma nova apreciação da Câmara dos Deputados antes
de ser promulgado.
Isso ocorre em decorrência das mudanças feitas pelo
Senado em relação ao texto que foi aprovado pelos deputados em julho. Na
Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) será o responsável por produzir o
texto final da reforma tributária. O presidente da Casa, deputado Arthur Lira
(PP-AL), já indicou que pretende promulgar a PEC ainda em 2023.
A reforma tributária extingue cinco impostos (PIS, Cofins
e IPI federais, ICMS estadual e ISS municipal) do sistema tributário
brasileiro. No lugar, serão criados o imposto federal, que se chamará
Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), e o estadual, o Imposto sobre Bens e
Serviços (IBS).
Entre outros pontos, o
relator do Senado propôs elevar o Fundo de Desenvolvimento Regional de R$ 40
bilhões para R$ 60 bilhões. O montante vai compensar estados e
municípios por possíveis perdas de arrecadação com a mudança no sistema de
impostos.
Eduardo Braga também ampliou o chamado cashback, que é a devolução
de parte dos impostos pagos para consumidores de baixa renda. Além das contas
de luz e de itens da cesta básica, o relatório também incluiu o mecanismo de
reembolso para o consumo de gás de cozinha.
A proposta da reforma tributária aprovada pelos senadores
também preservou a atual isenção na compra de automóveis por pessoas com
deficiência ou no espectro autista, bem como por taxistas. O relator também
incorporou na alíquota zero a aquisição de medicamentos e dispositivos médicos
adquiridos pela Administração Pública e por entidades de assistência social sem
fins lucrativos.
Eduardo Braga estendeu ainda os benefícios para
montadoras que invistam em carros movidos a álcool. No texto anterior, ele
permitia a concessão de créditos tributários apenas para produção de veículos
elétricos.
A manutenção será válida para plantas de fábricas
aprovadas ou implantadas até dezembro de 2025. O benefício atende,
principalmente, governadores do Nordeste, que fecharam contratos recentemente
com indústrias automotivas chinesas.
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