A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se manifestou
neste domingo, 3, sobre o discurso de Lula na COP28, em Dubai, em que o
presidente comparou o Congresso a uma “raposa cuidando do galinheiro”. Em sua
fala, o petista admitiu que pode ser derrotado em relação ao marco temporal das
terras indígenas.
Em nota, a bancada do agro afirmou que as falas de Lula
“criminalizam” os integrantes do Legislativo.
“Enquanto todos os países do globo levam os exemplos de
sustentabilidade, temos um presidente que criminaliza a representatividade
máxima da população brasileira, os deputados federais e senadores, responsáveis
pela construção de legislações íntegras e que promovam a liturgia de direitos
iguais, da segurança jurídica e do direito de propriedade, em que o direito de
um brasileiro, indígena ou não, não se sobrepõe ao outro”, afirmam os
parlamentares.
A FPA também acusou Lula de “se alinhar” a ditaduras de
todo o mundo.
“Lula sinaliza para a criminalização da produção rural
no Brasil, para a fragilização de direitos constitucionais, em busca de
perpetuação no poder e de uma democracia fraca, dependente e corrupta, incapaz
de debater seriamente um tema que impacta milhares de família brasileiras,
expulsas de suas casas em razão de laudos técnicos e ideológicos.”
O Congresso deve analisar os vetos de Lula na próxima
quinta-feira. A tendência é que eles sejam derrubados.
Como mostramos, Lula barrou o trecho principal da lei que
regulamenta o marco temporal das terras indígenas, mas o governo concordou em
submeter o veto a votação, como parte do acordo para a aprovação da reforma
tributária.
O marco temporal previsto no projeto do Congresso
estabelecia que apenas terras ocupadas por indígenas na data da promulgação da
Constituição, em 5 de outubro de 1988, podiam ser demarcadas. Sua aprovação foi
uma resposta dos congressistas à decisão em que o Supremo Tribunal Federal
(STF) declarou o marco inconstitucional.
O Antagonista
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