Olho D'água do Borges/RN -

Lula tenta evitar que TCU fiscalize seus ‘recebidos’

 

Advocacia Geral da União (AGU) informou que vai recorrer de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) em que exige auditoria e fiscalização dos presentes recebidos pelo presidente Lula durante este ano.

A decisão foi tomada em menos de 30 segundos e contrariou o parecer da área técnica do próprio TCU. No entanto, o tribunal seguiu o entendimento do relator, o ministro Augusto Nardes.

De acordo com informações reveladas pelo O Globo, a AGU vai argumentar que esse tipo de auditoria deve ser feito após o mandato presidencial, e não no primeiro ano de gestão. O objetivo seria verificar se o presidente incorporou os bens ao seu patrimônio pessoal.

A equipe do ministro Jorge Messias está avaliando qual será a melhor estratégia jurídica a ser adotada, diz a reportagem do jornal carioca. Eles poderão tentar convencer Nardes a reconsiderar sua decisão ou buscar a reversão do entendimento pelo plenário do TCU.

A proposta de auditoria foi feita pelo deputado federal Junio Amaral (PL-MG) e encaminhada ao TCU pela presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, a deputada Bia Kicis (PL-DF).

Essa ação é vista como uma resposta da oposição após o TCU ter investigado o desvio de patrimônio em presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu mandato.

O parecer da Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado do TCU sustenta que a auditoria deve ser realizada ao final do mandato do presidente, momento considerado adequado e de acordo com a prática usual do tribunal.

Segundo um ministro do TCU, que preferiu não se identificar ao O Globo, é uma questão lógica administrativa. Faz sentido auditar apenas se o presidente tiver catalogado corretamente os presentes no final do mandato, uma vez que até lá o acervo público pode ser utilizado pelo mandatário.

Esse mesmo magistrado afirmou que nenhum representante do governo Lula alertou os ministros do TCU sobre a inclusão desse caso na pauta da última quarta-feira, 14. Além disso, o relator Augusto Nardes não foi claro em seu breve voto sobre as medidas que estava propondo.

Com uma pauta repleta de outros processos, o caso passou despercebido e muitos ministros seguiram o relator sem analisar a decisão.

 O Antagonista

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