A projeção do deficit primário para 2023 de R$
177,4 bilhões, apresentado pelo Ministério da Fazenda, coincide com os cerca de
R$ 170 bilhões que o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) conseguiu aprovar no Congresso ainda em 2022 para
gastar neste ano fora do limite do teto de gastos.
A coincidência dos valores da PEC fura-teto com o deficit
mostra que o espaço liberado para o governo gastar a mais neste ano impactou
diretamente no resultado primário de 2023. Isso porque o Executivo pôde gastar
sem se preocupar com novas receitas. E tampouco estava sujeito ao teto de
gastos, que impediria o avanço no uso de recursos públicos. Menos da metade do
valor total da PEC foi destinado ao aumento do Bolsa Família. Lula prometeu
que, caso vencesse as eleições, o valor do auxílio ficaria em R$ 600. Para essa
finalidade, foram destinados R$ 75 bilhões.
O aumento de outros gastos não eram, necessariamente,
promessas de campanha. A alta nos gastos deu um impulso curto para a economia,
mas não refletiu na popularidade presidencial.
Mesmo com o espaço extra para gastar a mais em 2023,
pesquisa AtlasIntel de 17 a 20 de novembro mostrou o
presidente com 43% de avaliação positiva e 45% de avaliação negativa.
No 1º semestre deste ano, houve uma euforia quanto ao
crescimento econômico. No 1º trimestre, a alta foi de 1,9%. No
2º, bateu em 0,9%. De lá para cá, o ritmo caiu.
DEFICIT
O governo registrou rombo de R$ 75,1 bilhões nas contas
públicas no acumulado de janeiro a outubro de 2023 em valores nominais. O
resultado é o pior desde 2017 ao se seguir o mesmo critério, quando houve
deficit de R$ 104,5 bilhões.
Ao se considerar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo), o rombo é de R$ 74,6 bilhões no acumulado de janeiro a
outubro deste ano. É o pior saldo desde 2019, quando atingiu deficit de R$ 81,9
bilhões. Os dados são do Tesouro Nacional.
Poder 360
0 comentários:
Postar um comentário