O Governo
Federal celebrou investimentos bilionários dos bancos públicos em operação de
créditos a estados e municípios em 2023, mas o Rio Grande do Norte ficou de
fora – pelo menos no que diz respeito aos aportes feitos pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Somente o BNDES aplicou R$ 22
bilhões, a Caixa investiu R$ 15,2 bilhões e o Banco do Brasil outros R$ 23,5
bilhões, totalizando o valor recorde de R$ 56,4 bilhões em créditos liberados
aos entes federados. O Rio Grande do Norte não submeteu projetos ao BNDES.
À reportagem, o
BNDES informou que os estados ainda podem submeter projetos, mas confirmou que
o RN não participou desta operação específica. “O BNDES Invest Impacto é um
novo programa do Banco de apoio a planos de investimentos dos estados
brasileiros, e o que aconteceu nesta terça, 12, foram os anúncios das primeiras
operações aprovadas, mas o programa continua aberto, e é possível que novas
operações, de apoio a Estados que não submeteram projetos este ano, como é o
caso do Rio Grande do Norte, venham a ser aprovadas ao longo de 2024”, disse a
instituição financeira em nota.
A TN também
questionou o Governo do Rio Grande do Norte para saber os motivos pelos quais
não foram submetidos projetos ao BNDES, além de perguntar se os outros bancos
públicos foram procurados, mas não houve resposta até o fechamento da edição.
No entanto, o Governo do Estado destacou que teve projeto aprovado no BNDES,
mas em outro programa do banco, voltado para projetos de segurança alimentar no
Semiárido. Nesta etapa, o RN foi contemplado com R$ 150 milhões. A parceira
está em fase de assinatura.
“O Rio Grande do
Norte tem buscado incansavelmente recursos para investimentos por meio de
programas e instituições. Um exemplo disso é o Projeto Sertão Vivo, que foi
selecionado em outubro deste ano e está atualmente em fase de assinatura junto
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este programa,
com um investimento de R$ 151 milhões, focará no acesso à água e sistemas de
produção, beneficiando 38 mil famílias de produtores familiares, assentados da
reforma agrária e comunidades indígenas e quilombolas”, disse o governo em
nota.
No anúncio dos
valores, o presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacaram as
cifras recordes. Em 2022, a soma do que os três bancos (BNDES, Caixa e BB)
liberaram para empréstimos a estados e municípios ficou em R$12,3 bilhões.
Durante a solenidade, no último dia 12, o presidente afirmou que os bancos
públicos têm uma razão intrínseca à sua existência: “É parte preponderante para
o desenvolvimento desse país. Os bancos públicos existem para fazer aquilo que
a iniciativa privada não quer fazer. Prefeitos com contas em dia têm direito de
ir ao banco pedir financiamento e o banco financiar”.
Dos R$ 56,4
bilhões, R$ 32,1 bilhões são para aplicação em 16 estados e R$ 24,3 bilhões
para investimentos em 805 municípios de 25 Unidades Federativas.
Em resposta, a
Casa Civil, do Governo Federal, disse que o Rio Grande do Norte realizou
operações com o Banco do Brasil e a Caixa no valor total de R$ 0,5 bilhão,
dentro dos R$ 24,3 bilhões investidos nos municípios, para as áreas de
agricultura, segurança energética, infraestrutura urbana, social e saneamento.
Não houve operações de créditos dentro dos valores investidos nos Estados.
Tribuna do Norte
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