O senador Sergio Moro (União-PR) ironizou nesta
sexta-feira, 26, o retorno de José Dirceu à TV após quase duas décadas de
ostracismo.
“Operação Lava Dirceu a todo vapor, em breve Lula poderá
indicá-lo para CEO de uma grande empresa brasileira”, escreveu o ex-juiz da
Lava Jato na rede social X, antigo Twitter.
Como mostrou Crusoé, José Dirceu voltou,
tentando recuperar sua visibilidade política e recobrar algum protagonismo no PT.
Mensaleiro condenado no petrolão, envolvido nos dois
maiores esquemas de suborno da história do Brasil, ele já havia feito saber que
abençoa o retorno de Marta Suplicy ao PT para figurar como vice na chapa à
prefeitura de São Paulo que terá o psolista Guilherme Boulos como titular.
Antes disso, circularam declarações de Dirceu num podcast
em que ele disse que é “quase uma covardia” o PT não apoiar as
medidas econômicas defendidas pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad.
A manifestação mais espalhafatosa de Dirceu aconteceu
ainda em meados de 2023, quando ele e o
advogado Kakay, do Grupo Prerrogativas, posaram juntos em Paris
celebrando a cassação do mandato de deputado federal do ex-procurador da Lava
Jato Deltan Dallagnol.
Pesam contra Dirceu condenações a quase 42 anos de
cadeia, sobretudo por crimes de corrupção.
A construção da narrativa
Ao dar as caras na TV, José Dirceu adota a premissa de
Lula (PT) de que crimes de corrupção e abusos de poder podem ser esquecidos se
houver “narrativa
melhor”.
“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir
uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo”, disse Lula ao lado de
Nicolás Maduro, durante visita do ditador venezuelano ao Brasil em junho de
2023.
Sobre Dirceu, Lula disse, em fevereiro de 2023, que
ele “não tem que andar escondido, tem que colocar a cara para fora e
brigar”.
“Você tem que brigar para construir uma outra narrativa
na sociedade brasileira”, acrescentou.
A narrativa segue em construção, com a colaboração da imprensa.
O Antagonista
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