O Hospital Walfredo Gurgel suspendeu parcialmente o fornecimento de refeições a servidores e acompanhantes de pacientes internados nesta quarta (17). A medida foi tomada após redução do abastecimento de mantimentos do hospital, provocada por atrasos nos pagamentos dos fornecedores do hospital. Servidores e acompanhantes não receberam, de forma integral, a alimentação do café da manhã e do almoço. Já no jantar foi possível retomar o fornecimento. A normalização completa é prevista para acontecer nesta quinta-feira (18).
A suspensão foi iniciada após recomendação da Divisão de Nutrição e Dietética
(DND) do Hospital Walfredo Gurgel, encaminhada aos funcionários no início da
terça-feira (16). Apesar de prejudicial para o funcionalismo público, a
suspensão já era uma das medidas previstas pelos funcionários, que há semanas
veem o abastecimento de medicamentos e materiais diminuírem dia após dia.
Ainda na terça-feira (16), a Secretaria de Saúde Pública
do RN informou em nota que já estava em ação para que acontecesse a
normalização da situação e que ela aconteceria em dois dias. A previsão do
Walfredo é que novos mantimentos cheguem nesta quinta.
Segundo a nutricionista Ana Silvia Dantas, gerente geral
da Divisão de Nutrição e Dietética (DND) do Hospital Walfredo Gurgel, a
situação seria normalizada após acordo entre a Sesap e o fornecedor,
normalizando então as suas entregas e, por consequência, a situação da
suspensão das refeições. A coordenadora ainda explica que a situação se deu
devido a problemas com o fornecedor de alimentos não perecíveis e proteínas, o
que comprometeria as refeições dos pacientes caso as refeições continuassem
sendo entregues no mesmo volume.
“Aqui, no hospital, o volume de refeições chega a quase
2.500 refeições por dia, incluindo pacientes, servidores e acompanhantes.
Então, na hora que a gente faz uma associação dessa, a gente sabe muito bem o
impacto financeiro e social que acontece para essa população (que precisa
dessas refeições).” conclui a nutricionista.
A medida foi criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras em Saúde (Sindsáude), que, através da sua coordenadora Rosália
Fernandes, informou que a suspensão é dada pela falta de pagamento dos
fornecedores do hospital. O desabastecimento, segundo Rosália Fernandes, atinge
também o material de limpeza e os medicamentos básicos. “A questão é falta de
pagamento, entendeu? Está faltando um monte de coisas lá, faltando produtos,
faltando álcool, faltando várias coisas. Está um caos. Falta até alguns tipos
de seringas”, revela a coordenadora.
O perfil social dos familiares com parentes
hospitalizados é uma grande preocupação por parte da coordenadora do Sindsaúde,
que percebe estes como sendo os principais prejudicados pela suspensão. “A
maioria das pessoas são do interior, um perfil de muita vulnerabilidade social,
do ponto de vista financeiro”, disse a coordenadora do Sindsaúde, Rosália
Fernades.
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