O maior hospital público do Rio Grande do Norte, o
Monsenhor Walfredo Gurgel, vem enfrentando nova crise de superlotação e
equipamentos quebrados nos últimos dias. Segundo informações do Sindicato dos
Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde-RN), pelo menos cinquenta pessoas
estavam aguardando procedimentos nos corredores, ao passo que um tomógrafo está
quebrado e pelo menos três salas de cirurgia fechadas para abrigar pacientes. A
situação alarmante no hospital afeta tanto os pacientes quanto as equipes de profissionais
de saúde, diante de um aumento de demanda e falta de estruturação para esse
quantitativo.
Segundo Rosália Fernandes, coordenadora do Sindsaúde-RN,
a situação do Walfredo Gurgel se dá por uma série de fatores, entre eles o
aumento no número de acidentes de trânsito registrados no Estado e a falta de
estrutura em hospitais do interior do RN. “A superlotação no Walfredo, uma
grande parte dela é oriunda do interior. Prefeituras e municípios mandam tudo
para o Walfredo Gurgel. Se quebra qualquer coisa encaminha para o hospital.
Inclusive, em Natal, o Hospital Municipal não faz nenhum procedimento de ortopedia”
pontua.
Nesta terça-feira (29), profissionais terceirizados da
higienização do Walfredo Gurgel paralisaram as atividades cobrando pagamentos
de salários atrasados. A TN também apurou que a coleta de lixo também tinha
sido suspensa por falta de pagamentos. A Secretaria de Estado da Saúde Pública
não respondeu os questionamentos da reportagem. Na semana passada, uma greve
foi realizada por maqueiros e profissionais da nutrição que estavam com
salários atrasados.
Outro problema destacado foi a quebra dos dois tomógrafos
do hospital desde o dia 23 de outubro, o que compromete o atendimento de
pacientes em estado grave, como os que necessitam de exames urgentes e que
ainda não foram consertados pelo Governo do Rio Grande do Norte. Um dos
tomógrafos foi consertado nesta terça-feira (29). “Sem os tomógrafos
funcionando, estamos tendo que encaminhar esses pacientes para outros
hospitais, como o Deoclécio Marques, em Parnamirim. Isso representa um risco à
vida deles, pois a demora e o deslocamento afetam as chances de recuperação em
casos críticos”, comenta Rosália.
Outro fator que reduz o quantitativo de leitos do
Walfredo Gurgel é que o segundo andar está passando por reformas. O espaço
abarca 52 leitos. De acordo com entrevista de Geraldo Neto, diretor da unidade,
em 26 de agosto à TRIBUNA DO NORTE, a reforma deverá ser finalizada até o fim
do mês de novembro. Para Rosália Fernandes, coordenadora do SindSaúde, essa
situação vem agravando ainda mais a carência do espaço para internações.
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