O Rio Grande do Norte vai deixar de receber R$ 400 milhões por meio do Programa de Equilíbrio Fiscal (PEF) em 2025 por não ter conseguido reduzir o percentual das receitas gasto com pessoal neste ano. A informação foi confirmada ao g1 pelo secretário de Fazenda do estado, Carlos Eduardo Xavier, nesta segunda-feira (11).
A redução do percentual gasto com pessoal é uma das metas
que devem ser cumpridas pelos estados que aderiram ao programa da União. Em
contrapartida, o governo estadual recebe aval federal para contrair
financiamentos.
Ao todo, em quatro anos, o governo esperava conseguir R$
1,6 bilhão para reformar estradas. Os primeiros R$ 427 milhões foram
contratados em janeiro de 2024.
A Lei de Responsabilidade Fiscal diz que o máximo que
deve ser gasto com pessoal é 49% da receita. Para fazer com que os estados
cumpram a norma, o PEF tomou como parâmetro o gasto com pessoal em 2021, quando
o RN tinha 54,57% de despesa com servidores, e estabeleceu a meta de redução de
10% do excedente por ano.
No entanto, ao contrário da meta, o percentual gasto com
folha salarial aumentou e gira em torno de 56% atualmente. A meta para 2024 era
atingir 53,45%, segundo a Secretaria Estadual de Fazenda.
O secretário disse que o governo não concedeu aumento de
salário a servidores em 2024 e atribuiu o não cumprimento da meta à
“compressão” das receitas causadas pela redução da alíquota do ICMS de 20% em
2023 para 18%.
Em um novo projeto de lei enviado para a Assembleia
Legislativa na semana passada, o governo propôs o retorno da alíquota básica do
imposto para 20%.
“A redução de gasto com pessoal, no Poder Executivo, só
tem uma maneira de fazer: aumentando a receita e pelo menos mantendo a despesa
no mesmo patamar. Como a gente teve uma compressão da receita com a perda da
alíquota (do ICMS), infelizmente não foi cumprida essa meta. A gente não vai
ter acesso à segunda parcela do PEF. Agora isso não implica dizer que o estado
está fora do programa. Se for cumprida a meta no ano que vem, em 2026 a gente
pode ter acesso às parcelas seguintes”, disse.
Apesar disso, Carlos Eduardo afirma que a administração
já está em busca de alternativas para manter as obras iniciadas nas estradas
neste ano. Ele afirmou que o governo tenta viabilizar uma segunda etapa do
programa Governo Cidadão, que garantiu recursos para investimentos no estado.
G1-RN
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