O Governo do Rio Grande do Norte encaminhou à Assembleia
Legislativa do Estado (ALRN) um projeto de lei que altera a lei estadual Nº
6968 DE 30/12/1996, que dispõe sobre o Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMs). O objetivo da
iniciativa é assegurar o retorno da alíquota do ICMS para 20%.
O aumento do imposto também foi debatido na Assembleia no
ano passado e acabou rejeitado pelos deputados. Na época, os setores produtivos
apresentaram aos parlamentares números que comprovariam a retração da economia
potiguar em 2023 devido a vigência do ICMS em 20%.
Na mensagem enviada à ALRN, a governadora Fátima Bezerra
(PT) diz que o aumento do imposto é necessário para evitar perdas substanciais
na arrecadação do Rio Grande do Norte. O argumento principal é de novo a
Reforma Tributária, mesma estratégia que também se utilizou em 2023. Segundo
Executivo, a nova Lei estabelece como parâmetro para o rateio da arrecadação do
novo imposto sobre o consumo, a receita média de cada ente federativo no
período de 2019 a 2026. A medida ainda não está definida pelo Congresso Nacional.
Além disso, Fátima Bezerra destacou que a medida busca
garantir maior segurança jurídica aos contribuintes do Estado, ao validar os
benefícios fiscais relacionados ao ICMS que foram concedidos anteriormente com
base na Lei Complementar Federal nº 160/2017. Segundo ela, a lei permite que os
Estados e o Distrito Federal celebrem convênios para remitir créditos
tributários decorrentes de isenções, incentivos e benefícios fiscais ou
financeiro-fiscais concedidos de forma irregular, assegurando que esses benefícios
sejam reinstituídos de maneira legítima e em conformidade com as regras
constitucionais.
Já em relação a atualização da legislação estadual, com
base na Lei Complementar Federal nº 87/1996, conhecida como Lei Kandir, a
proposta é incluir cinco leis complementares. Entre elas, está a Lei
Complementar nº 171/2019, que prorroga prazos referentes ao uso de créditos de
ICMS; e a Lei Complementar nº 190/2022 que regula a cobrança de ICMS em vendas
para consumidores finais que estão em outros estados, mas não são contribuintes
regulares do imposto.
O ICMS no Rio Grande do Norte voltou a 18% neste ano após
a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte rejeitar, no fim do ano
passado, o recurso impetrado pelos deputados Francisco do PT, Divaneide Basílio
(PT) e Isolda Dantas (PT) contra a decisão da Comissão de Fiscalização e
Finanças (CFF), que rejeitou a proposta do Governo do Estado de manutenção da
aliquota para 20%.
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