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Meteorologistas: chuvas na média ou acima da média em 2025

 

Antoniane Arantes, da CATI Campinas (SP), Luiz Carlos Molion, da UFAL, e Ronaldo Coutinho, da Clima Tempo, convidados da Faec, convergiram: Ceará terá boa pluviometria no próximo ano

Foi esta a notícia que Antoniane Arantes, engenheiro agrícola e especialista em análise de dados climáticos da CATI-SAA de Campinas (SP), transmitiu a mais de 1 mil produtores rurais que se reuniram na manhã deste sábado, 23, em Tauá, na região dos Inhamuns, no Oeste do Ceará, para tomar conhecimento de como deverá ser a estação de chuvas do próximo ano.

Foi diferente, porém, a opinião do meteorologista Carlos Molion, para quem não haverá La Niña neste ano, como estão prevendo os estudiosos norte-americanos. A estação de chuvas no Nordeste, o Ceará no meio, ficará dependente da entrada das frentes frias tanto do Hemisfério Norte quanto do Hemisfério Sul. Ele disse que a probabilidade é de chuvas acima da média em 2025.

O evento de sábado – realizado em um improvisado auditório no FestBerro, considerada a maior e mais importante feira da ovinocaprinocultura cearense, foi promovido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) com o objetivo de informar e orientar o produtor a investir na hora certa e na cultura certa, sem risco de prejuízo.

O presidente da Faec, Amílcar Silveira, abriu a reunião, advertindo que o evento teria um objetivo: o de deixar bem instruídos os produtores rurais cearenses sobre o que esperar da próxima estação de chuvas. Ele lembrou que, há poucos dias, a Funceme, que sempre publica suas previsões em janeiro, antecipou esse anúncio para novembro com a informação de que o período Dezembro-Janeiro-Fevereiro tem 45% de probabilidade de ser abaixo da média histórica.

Antes de apresentar o resultado dos estudos da equipe da qual faz parte em São Paulo, o engenheiro Antoniane Arantes falou com exclusividade a esta coluna. E o que ele disse foi o seguinte:

“Nossa equipe que acompanha a agrometodologia em São Paulo, mas olhando para o Ceará, tem a expectativa é de um ano de La Niña, um ano de normalidade, razão pela qual recomendamos a todos os produtores rurais que realizem seus plantios e planejem suas respectivas safras dentro da normalidade das condições de chuvas de sua região.

“Além disso, nós recomendamos que sejam utilizadas várias práticas de conservação de solo e de correto uso da água em suas propriedades para que tenhamos a criação de microclima, e assim o produtor rural seja o elemento de conservação de serviços ecossistêmicos para toda a sociedade”.

O fenômeno La Niña (a menina) – segundo a Wikipédia, do Google – “consiste no resfriamento anômalo das águas do Pacífico. Ele é responsável por chuvas fortes no Norte e Nordeste do Brasil e secas no Sul. O La Niña ocorre quando os ventos alísios sopram com intensidade sobre o oceano Pacífico, deslocando a camada de água quente para o oeste”.

Por sua vez, Luiz Carlos Molion cuidou de explicar sua opinião, que é divergente da opinião e Antoniane Arantes. Molion, também falando com exclusividade à coluna, disse:

“Os americanos insistem, ainda, em que vamos ter um La Niña até o fim deste ano, com 74% de probabilidade. Não vejo condições para isso. Nossas chuvas serão da entrada de frentes frias dos Hemisférios Norte e Sul. As condições de chuva aqui para o sertão cearense vão ser boas neste ano, o que permitirá a recuperação de parte do que foi perdido.

“As condições vão ser boas para 2025. A tendência para os próximos anos é de que não teremos secas nesse período. A seca mais impactante vai ser em 2034 e 2035, de acordo com os meus estudos.”

Durante sua fala, Molion transmitiu sugestões sobre o plantio e o manejo de solo que maximizem a produção. O ideal para essas regiões (como a dos Inhamuns, onde está Tauá) “são pequenos animais (ovinos e caprinos, por exemplo), sendo uma grande solução para a economia local”.

Molion sugeriu que o agricultor sertanejo cultive a “tuna”, um cactus muito plantado e consumido no México com mercado garantido nos EUA e que consome muito pouca água. Com 350 milímetros/ano é possível cultivar e ter rentabilidade com o “tuna” mexicano. Mas esse cactus tem um inimigo, o pulgão, para o qual, porém, surgiu uma nova espécie da “tuna”, que é resistente ao pulgão.

Também sugeriu o cultivo do sorgo granífero, do qual se produz farinha para biscoitos e até etanol. Essa espécie de sorgo também pode ser cultivada em áreas de baixa pluviometria.

O meteorologista Ronaldo Coutinho, fundador da empresa de previsão meteorológica Climaterra e do Canal do Tempo, repetiu a previsão de Antoniane: o Ceará terá, em 2025, chuvas acima da média.

“Tudo está a indicar que teremos um bom período de chuvas para a agricultura cearense e nordestina, com chuva normal ou acima da m´pedia. Desenha-se um bom inverno para o Ceará e tudo indica um janeiro bom” (de boas chuvas), ele disse sob a aplausos da plateia.

Fonte: Diário do Nordeste. 

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