O atraso no pagamento do 13º salário, cuja conclusão
integral só se dará em 10 de janeiro de 2025 para parte dos servidores do Rio
Grande do Norte, gerou críticas e reclamações entre os sindicatos
representantes de servidores vinculados às mais diversas áreas que atuam no
Estado.
Na quarta-feira (11), o secretário da Fazenda do RN,
Carlos Eduardo Xavier, anunciou que 49% (57.976) dos servidores, aposentados e
pensionistas receberão a chamada gratificação natalina de forma integral com
atraso. O prazo-limite estabelecido em lei para pagamento do décimo é 20 de
dezembro.
Conforme anúncio feito pelo Governo, quem ganha até R$
4.2 mil, ou seja, 32% (37.022) dos servidores estaduais, receberá o 13º
integral até o próximo dia 20; 49% (57.976) dos servidores, aposentados e
pensionistas receberão o 13º integral no dia 10 de janeiro; 19% dos servidores
estaduais já receberam adiantamento do 13º.
Esta é a nona vez consecutiva que o atraso é registrado
na folha do Estado. No ano passado, uma reportagem do jornal Tribuna do Norte
mostrou que desde 2016 o Executivo estadual não consegue pagar a gratificação
em dia.
Janeayre Souto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores
do Serviço Público da Administração Direta do RN (Sinsp), disse que os atrasos
são uma escolha política, uma vez que, na avaliação dela, existe uma tentativa
de forçar o sindicalismo potiguar a ir à Assembleia Legislativa para pressionar
os deputados a aprovarem o aumento da alíquota de ICMS.
O aumento da alíquota modal de 18% para 20% está em
discussão na ALRN. “É uma cruel chantagem de um governo que não quer fazer o
seu papel de articulação política e trabalha na base da ameaça aos servidores”,
afirmou Janeyare Souto.
O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação Pública do Rio Grande do Norte (Sinte-RN), Bruno Vital, disse que quer
buscar respostas junto ao Governo sobre a questão. Ele argumentou que a
Educação possui fundo próprio, o Fundeb, que deve ser utilizado para o
pagamento da gratificação. Mesmo assim, trabalhadores da Educação foram
afetados.
“O anúncio desagradou a categoria, porque os servidores
se programam para o final do ano com a expectativa de organizar as festas deste
período. Então, esse atraso frustra e provoca indignação nas pessoas”, relata
Bruno Vital.
Rosália Fernandes, coordenadora do Sindsaúde no RN,
também falou em indignação. Segundo ela, muitos servidores da saúde recebem
penduricalhos nos salários, mas o governo utilizou como parâmetro para
pagamento do benefício no prazo o valor de R$ 4,2 mil como vencimento bruto.
Tribuna do Norte
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