Se eu fosse a governadora Fátima Bezerra, passaria a torcer contra a aprovação do aumento do ICMS pela Assembleia Legislativa do RN. Sim, contra.
A rejeição dessa medida seria a última oportunidade de manter uma narrativa que transfere responsabilidades. Faltou médico no Walfredo Gurgel? Culpa do ICMS. Deficiência no policiamento? Culpa do ICMS. Estradas intransitáveis? Culpa do ICMS.
O governo estadual enfrenta uma inoperância gritante, e a única tábua de salvação seria empurrar o peso do seu fracasso para a Assembleia. Pois aumentar o ICMS dificilmente resolverá o problema. Pelo contrário: a sonegação deve crescer, e a já combalida economia do estado pode paralisar ainda mais.
O estudo da Fecomércio sobre a securitização da dívida ativa deixou o secretário de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, sem argumentos. A previsão é clara: mesmo com o aumento, não haverá crescimento significativo na arrecadação.
E então? Fátima perderia o único bode expiatório para justificar os resultados desastrosos da sua gestão. Com o aumento aprovado, não sobrará a quem culpar, e a conta ficará ainda mais pesada para a população e para o governo.
Blog do Gustavo Negreiros.
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