Eu sinto pena do vice-governador Walter Alves (MDB). Em
abril de 2026, ele herdará um verdadeiro abacaxi quando Fátima Bezerra (PT)
renunciar ao mandato para disputar uma das vagas ao Senado. O futuro
governador, ao que parece, é bem intencionado e, entre os Alves, se destaca por
não carregar a arrogância de outros nomes da família, como Carlos Eduardo e
Henrique. Mas cometeu um erro crasso: se aliar ao PT. Agora, terá que lidar com
as consequências desse acordo.
Assumir o governo de Fátima é como entrar em um
necrotério governamental. Um estado financeiramente fálido, com alta
arrecadação, mas péssima gestão. Mesmo sendo aliada do governo Lula, Fátima
sofre os mesmos problemas que Rosalba Ciarlini e Robinson Faria. A diferença é
que, ao contrário deles, ela conta com a blindagem da imprensa simpática ao seu
governo e de sindicatos silenciosos. Quem não lembra das greves e até da
ocupação da DIRED na gestão Rosalba? Ou da histórica greve da Polícia Militar
contra Robinson? Com Fátima, o desgaste é menor, mas os problemas são os
mesmos.
Walter já avisou que não renunciará e pretende cumprir o
mandato até o fim. Sem aspirações políticas imediatas, só lhe restará o
desgaste. Fátima passará a batata quente ao vice e lavará as mãos, como fez
Pôncio Pilatos. “Te vira”. A partir do momento que assumir o governo, Walter
será o alvo. Sindicatos, movimentos estudantis, setores da imprensa e a
militância petista vão partir para cima, como sempre fizeram com qualquer
governante que não siga sua cartilha.
Não podemos esquecer que, até pouco tempo atrás, esse
mesmo grupo chamava Walter de "golpista" por ter votado a favor do
impeachment de Dilma Rousseff. Muito menos ignorar a declaração de Isolda
Dantas, que ao selar a aliança entre PT e MDB, deixou claro que Walter era
"engolido agora para ser cuspido depois". Walter está chegando a
hora. Hoje você é “engolido”, amanhã será “cuspido”.
Quem faz acordo com o PT precisa estar ciente: essa turma
não tem compromisso com lealdade, apenas com o próprio projeto de poder. O
necrotério governamental será entregue a Walter, que, sem saída, verá de perto
o que significa ser "cuspido" pelo petismo.
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